Pessoas que sofrem com constipação ou, ao contrário, têm casos recorrentes de diarreia, podem ter o revestimento de mucosa do canal do ânus danificado com o tempo. Dentre os problemas mais recorrentes, destaca-se a fissura anal, cujos sintomas podem variar desde dor intensa e persistente, até a presença de sangue nas fezes.
 
 
 
 Mas afinal, o que é fissura anal? Trata-se de uma pequena lesão no revestimento do canal anal. Apesar de comum, seus sintomas costumam ser confundidos com outras condições, como hemorroidas. Isso dificulta, o diagnóstico da doença e pode retardar o início do tratamento adequado que é completamente diferente do tratamento clínico para uma crise de hemorroidas.
 
 
 
 Neste artigo, você vai conhecer mais sobre essa condição. Saberá quais são os sintomas da fissura anal, suas causas e fatores de risco. Verá também como é feito o diagnóstico e a melhor maneira de tratar o problema. Boa leitura!
 
  O que é fissura anal?
  Trata-se de um pequeno corte, ruptura ou úlcera no revestimento mucoso do ânus, por onde as fezes passam ao serem evacuadas. É muito semelhante ao revestimento interno da boca, por exemplo. 
Elas podem surgir em qualquer faixa etária e ocorrem na mesma proporção entre homens e mulheres.
 
  
 
 Geralmente, a fissura anal é causada por uma ferida que se forma no canal anal por diversas causas possíveis, e acaba persistindo e se aprofundando quando surgem em algumas regiões específicas do ânus que apresentam, por questões anatômicas, maior risco para sua evolução. Quando o mesmo fato ocorre em outras regiões do ânus menos suscetíveis a essa persistência, essas feridas simplesmente cicatrizam naturalmente em pouco tempo e sem necessidade de tratamento específico. 
 
 
 
 As causas mais frequentes da formação dessas feridas é a evacuação de fezes endurecidas ou volumosas ou, ainda, quando a pessoa vai com muita frequência ao banheiro pois nesses casos o atrito apesar de ser menor, é mais frequente. O uso exagerado de papel higiênico também pode ser responsável pela formação dessas feridas, assim como a prática de alguns esporte e do sexo anal receptivo também.
 
 
 
 Há pessoas que possuem o esfíncter anal mais "apertado" 
e são mais propensos a desenvolver a doença. Isso porque naturalmente já possuem um fator que pode atrasar o processo de cicatrização normal desta região.
 
 Há outras causas mais raras, como:
 
  - Doenças inflamatórias intestinais, como retocolite ulcerativa;
- Infecções anais;
- Doenças sexualmente transmissíveis, como herpes, sífilis e cancro mole;
- Câncer do canal do ânus.
  
  
  Quais são os fatores de risco?
 Sabendo das causas da fissura anal, é possível determinar alguns fatores de risco mais comuns. Dentre eles, destaca-se a 
prisão de ventre, que faz com que as fezes fiquem mais endurecidas. O sexo anal também pode levar à laceração, assim como o processo durante o parto normal. 
 Outro fator muito presente é a Doença de Crohn. Ela gera uma inflamação crônica no trato intestinal, o que pode tornar o revestimento do canal do ânus mais vulnerável.
 
 
 
 O pós-operatório de cirurgias 
da região anal, como as realizadas no tratamento de hemorroidas, contribui para o aparecimento do problema. Isso porque a cicatrização da região operada pode não ocorrer de forma completa ocasião então a persistência de uma fissura anal no lugar.
 
  
Principais sintomas da fissura anal
  O sinal mais comum da doença é a dor aguda local durante mas principalmente após a evacuação. Ela pode durar alguns minutos ou horas e, então, melhorar até a próxima ida ao banheiro. Com o tempo, o paciente começa a evitar evacuar, o que pode endurecer ainda mais a fezes e agravar ainda mais o problema.
 
 
 
 Essa dor pode vir acompanhada de sangue misturado nas fezes ou percebido apenas no papel higiênico. Geralmente, isso ocorre quando a doença se encontra na fase aguda.
 
 
 
 Outros sintomas da fissura anal são:
 
  - Coceira ou inchaço local;
- Dor durante as evacuações;
- Pequeno nódulo na pele próxima da fissura (plicomas).
  
 Outra manifestação possível é a ocorrência de infecção no local, podendo levar a abscesso anal.
 
 Como os sintomas da fissura anal são parecidos com os da hemorroida, é essencial procurar um médico quando há existência principalmente da dor no local. Desta forma, ele pode realizar o diagnóstico preciso e indicar a melhor terapia.
 
 
 
  Como é feito o diagnóstico da doença?
  O diagnóstico da fissura anal é basicamente clínico. No caso, é preciso procurar um médico proctologista que avaliará o histórico do paciente e também realizará um exame físico. Este exame consiste em afastar as nádegas para visualização plena no ânus. Não há qualquer tipo de toque, por conta da dor.
 
 
 
 Em alguns casos, o paciente poderá ser submetido posteriormente a um exame chamado de retossigmoidoscopia. Seu objetivo é afastar a presença de outras afecções concomitantes 
mas raramente é necessário.
 
  Como é o tratamento da fissura anal?
  A doença pode ser tratada de duas formas 
e a escolha entre elas varia conforme o estágio em que a doença se encontra, o nível dos seus sintomas, sexo do paciente e idade.
 
 
 
 Os tratamentos possíveis são:
 
  1. Não-cirúrgico
  Consiste em minimizar os desconfortos causados pela fissura anal, evitar que piorem e promover as condições necessárias para a sua cicatrização normal. As medidas mais comuns são:
 
  - Adotar uma dieta rica em fibras, para tornar as fezes mais macias;
- Aumentar a ingestão de água;
- Fazer banhos de assento durante 10 a 20 minutos quantas vezes por dia for necessário. Isto ajuda a acalmar a área afetada e relaxar a musculatura do esfíncter anal aumentando assim as chances de cicatrização;
- Anestésicos tópicos, como lidocaína, para alívio da dor;
- Pomadas ou cremes manipulados para promover o maior relaxamento da musculatura do ânus, favorecendo assim também o processo de cicatrização normal.
  
 A alimentação é essencial para prevenir novas ocorrências do problema, após ser curado. Logo, a dieta deve ser seguida à risca, para manter as fezes em uma consistência que não cause a lesão.
 
  2. Cirúrgico
  A maioria das fissuras anais não necessita de cirurgia. Porém, quando as demais medidas não surtem efeito e os sintomas são muito intensos, esse tratamento pode se fazer necessário.
 
 
 
 O objetivo do procedimento cirúrgico é a remoção da fissura para favorecer uma cicatrização plena. Nos casos em que houver ainda o aumento da pressão do músculo do ânus, pode ser necessário complementar a cirurgia com o procedimento conhecido como esfincterotomia anal 
 interna 
cujo objetivo é diminuir discretamente o poder de contração do esfíncter (que se encontra além do normal) e, com isso, favorecer a cicatrização adequada da ferida ao melhorar a chegada de sangue a essa região. Todos os procedimentos necessários são realizados durante o mesmo procedimento cirúrgico 
sem ser necessárias novas operações para complementações, geralmente.
 
 
 
 Outro método possível é a injeção de toxina botulínica, que também age na contração do esfíncter anal. Estima-se que o Botox está associado à cicatrização de fissuras anais crônicas em 
50% a 80% dos casos. No entanto, seu uso ainda não é uniforme pois como os pacientes são muito diferentes entre si, não há consenso em relação às doses utilizadas e localização de aplicação. Os resultados duram poucas semanas e não são livres de complicações como abscessos anais, por exemplo.
 
  Fique atento aos sintomas da fissura anal
  A fissura anal é um problema comum que pode causar dor, sangramento e dificuldade para defecar. Logo, aos primeiros indícios do problema, é importante procurar ajuda médica.
 
 
 
 O diagnóstico da doença é simples 
e precisa ser realizado antes dela se tornar crônica, aumentando com isso as chances de sucesso com o tratamento clínico exclusivo e diminuindo portanto a necessidade de cirurgia para a resolução definitiva do problema.
 
 
 
 Desta forma, procure um proctologista 
assim que reparar alguns dos sintomas da fissura anal. Além disso, adote desde já uma alimentação rica em fibras e aumente a ingestão de água. Desta forma, você estará melhorando os processos intestinais e, consequentemente, sua digestão.
 
 
 
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