Cirurgia robótica para diástase abdominal: Entenda o procedimento

24 de julho de 2025

A diástase abdominal ocorre quando os músculos retos do abdômen se afastam, criando um espaço na linha média do abdômen. Esse problema afeta tanto a funcionalidade muscular quanto a estética da região, podendo gerar desconforto, dores e até mesmo prejuízos posturais. Nos últimos anos, a cirurgia robótica para diástase abdominal tem se destacado como uma alternativa avançada e eficaz para corrigir esse afastamento muscular de forma menos invasiva, proporcionando maior precisão cirúrgica, recuperação mais rápida, melhores resultados estéticos e menos riscos para o paciente.


Neste artigo, você entenderá como o procedimento é realizado, quais são suas indicações e o que esperar no pós-operatório.
Continue a leitura e entenda mais.


O que é a cirurgia robótica para diástase abdominal?


A cirurgia robótica para diástase abdominal é um procedimento minimamente invasivo que
corrige o afastamento dos músculos retos do abdômen com o auxílio de um sistema robótico de alta precisão. O cirurgião opera a partir de um console, controlando braços robóticos que realizam os movimentos de forma extremamente delicada e controlada, que reproduzem os movimentos da mão humana, com uma visualização aumentada e em 3D das estruturas dentro do abdômen.


Esse método oferece benefícios importantes quando comparado às abordagens tradicionais, como
menor trauma nos tecidos, incisões menores e melhor preservação da musculatura abdominal. Isso se traduz em uma recuperação mais rápida, menor desconforto no pós-operatório, melhores resultados estéticos e um retorno mais seguro às atividades diárias. No passado, antes do desenvolvimento da cirurgia robótica, esses procedimentos demandavam grandes incisões no centro do abdome ou “em âncora” quando eram associados a outros procedimentos de cirurgia plástica como a abdominoplastia e hoje, com o auxílio da cirurgia robótica, conseguimos fazer a mesma correção com apenas 3 a 4 pequenas incisões menores que 1 cm na parede abdominal.


Quando a cirurgia robótica é indicada para a diástase abdominal?


A técnica robótica pode ser recomendada para pacientes que apresentam
diástase significativa e comprometimento funcional, ou para aqueles que buscam melhores resultados estéticos da parede abdominal. Algumas das principais indicações incluem:


  • Diástase abdominal severa: Quando há um afastamento considerável dos músculos retos do abdômen, comprometendo a estabilidade do tronco e resultando em sintomas persistentes.
  • Dores lombares e má postura: O enfraquecimento da musculatura abdominal pode sobrecarregar a coluna, levando a dores constantes e desalinhamento postural.
  • Hérnias associadas: Se há presença de hérnia umbilical ou epigástrica junto à diástase, o procedimento pode corrigir ambas as condições simultaneamente.
  • Diástase pós-gestacional: Em algumas mulheres, a musculatura abdominal não retorna completamente ao seu estado normal após a gestação, tornando a cirurgia uma alternativa para recuperar a funcionalidade e a firmeza do abdômen.
  • Falha no tratamento conservador: Quando a fisioterapia e os exercícios específicos não são suficientes para reaproximar os músculos retos do abdômen.


A cirurgia robótica representa uma abordagem moderna e eficaz para o tratamento da diástase abdominal, proporcionando resultados duradouros com menos impacto no corpo e uma recuperação mais rápida e mais confortável.


Como a cirurgia robótica para diástase abdominal é realizada?


A cirurgia robótica para diástase abdominal segue um protocolo bem definido e é realizada
em ambiente hospitalar, sob anestesia geral. O procedimento utiliza tecnologia de ponta para proporcionar uma correção precisa e minimamente invasiva. As principais etapas incluem:


Avaliação pré-operatória


Antes da cirurgia, o paciente passa por
exames clínicos e laboratoriais para garantir que está em boas condições de saúde para o procedimento. Essa etapa é essencial para reduzir riscos e personalizar a abordagem cirúrgica conforme as necessidades do paciente.


Acesso cirúrgico minimamente invasivo


São feitas
pequenas incisões no abdômen para a inserção de cânulas por onde os braços robóticos e a câmera de alta definição 3D são posicionados. Esse equipamento permite que o cirurgião tenha uma visão ampliada e detalhada da musculatura abdominal e pode realizar a cirurgia com movimentos que simulam os da mão humana, assim como uma visão real da cavidade abdominal em alta definição e com uma ampliação de até 4x.


Correção da diástase


O cirurgião, controlando os braços robóticos com precisão,
reposiciona os músculos retos abdominais e reforça a parede abdominal com suturas específicas. Na maioria dos casos é ainda indicada a utilização de uma tela cirúrgica para proporcionar maior sustentação e prevenir recidivas.


Finalização do procedimento


Após a correção, os instrumentos são removidos, e as pequenas incisões são
fechadas com pontos absorvíveis ou cola cirúrgica. Como a abordagem é minimamente invasiva, o trauma nos tecidos é reduzido, favorecendo uma recuperação mais rápida, com alta hospitalar precoce, geralmente no dia seguinte à operação para a maioria dos pacientes.


Benefícios da cirurgia robótica para diástase abdominal


A cirurgia robótica tem revolucionado o tratamento da diástase abdominal, oferecendo vantagens significativas em relação às técnicas tradicionais. Os principais benefícios incluem:


  • Precisão cirúrgica avançada – A tecnologia robótica permite movimentos mais delicados e detalhados, reduzindo o risco de lesões nos tecidos.
  • Menor trauma na musculatura abdominal – A abordagem minimamente invasiva preserva melhor os tecidos e reduz o impacto da cirurgia no corpo.
  • Recuperação acelerada – Muitos pacientes retomam suas atividades cotidianas em menos tempo, com menor necessidade de repouso prolongado.
  • Menos dor no pós-operatório – A redução do trauma cirúrgico minimiza o desconforto e a necessidade de analgésicos.
  • Menor risco de complicações – O procedimento reduz as chances de infecção, sangramento e formação de aderências.


A cirurgia robótica para diástase abdominal combina tecnologia de ponta com maior conforto para o paciente, proporcionando um tratamento seguro e eficaz para restaurar a funcionalidade e a estética abdominal.


Como é o pós-operatório da cirurgia robótica para diástase abdominal?


A recuperação após a cirurgia robótica para diástase abdominal tende a ser mais confortável e rápida do que nos métodos convencionais. No entanto, para garantir uma cicatrização adequada e um bom resultado, é fundamental seguir alguns cuidados específicos.


A maioria dos pacientes recebe
alta no dia seguinte ao procedimento, desde que estejam em boas condições clínicas.


Atividades leves podem ser retomadas dentro de uma semana, mas esforços físicos intensos e exercícios de impacto devem ser evitados por um período
de 4 a 6 semanas.


Em alguns casos, sessões de
fisioterapia são recomendadas para reeducação postural e fortalecimento progressivo do abdômen, prevenindo sobrecarga na região operada.


Quais são os riscos da cirurgia robótica para diástase abdominal?


Apesar de ser um procedimento seguro e minimamente invasivo, a cirurgia robótica para diástase ainda pode apresentar alguns riscos, como:


Infecção, que embora rara, pode ocorrer. Hematomas e inchaço são comuns nos primeiros dias, mas tendem a regredir de forma natural. 


A recorrência da diástase pode acontecer se o paciente
não seguir as orientações médicas, especialmente em relação à restrição de esforços no pós-operatório.


A escolha de um cirurgião experiente e especializado na técnica robótica reduz significativamente os riscos e melhora os resultados, garantindo uma recuperação mais tranquila e um retorno seguro às atividades normais.


Cirurgia robótica x cirurgia convencional: Qual a melhor opção?


A técnica robótica se destaca por sua precisão e menor tempo de recuperação. No entanto, a cirurgia aberta ou a laparoscopia ainda são opções viáveis, especialmente para pacientes que não têm acesso à tecnologia robótica. A decisão final deve ser feita após uma avaliação médica detalhada.


Características Cirurgia robótica Cirurgia convencional
Tamanho das incisões Pequenas (mínimas cicatrizes) Incisão maior no centro do abdome ou parte inferior
Precisão do procedimento Alta (controle robótico) Menor precisão
Tempo de recuperação Mais rápido Mais prolongado
Dor pós-operatória Reduzida Moderada a intensa
Risco de complicações Menor Maior chance de infecção e sangramento


Restou alguma dúvida?


  • Quem pode fazer a cirurgia robótica para diástase abdominal?

    A cirurgia robótica para diástase abdominal é indicada para pessoas com afastamento significativo dos músculos retos do abdômen, especialmente quando há sintomas como dor lombar, fraqueza na região do core ou hérnias associadas. Mulheres no pós-parto, pacientes com falha no tratamento conservador e pessoas que buscam uma recuperação mais rápida podem ser bons candidatos. Mas há também aqueles com diástases menores mas que buscam uma melhor aparência da parede abdominal.


  • Quanto tempo dura a cirurgia robótica para diástase abdominal?

    O tempo da cirurgia pode variar de 2 a 4 horas, dependendo da complexidade do caso e da presença de outras condições, como hérnias abdominais. Como o procedimento é minimamente invasivo, o tempo de recuperação também costuma ser mais rápido do que na cirurgia convencional, com alta hospitalar ocorrendo geralmente em até 24 horas na maioria dos pacientes submetidos à cirurgia robótica.


  • A cirurgia robótica deixa cicatrizes?

    As incisões da cirurgia robótica são pequenas, geralmente entre 5 e 10 mm, e são estrategicamente posicionadas para minimizar cicatrizes visíveis. Com o tempo, essas marcas tendem a ficar quase imperceptíveis.


  • Quanto tempo depois da cirurgia posso voltar às atividades normais?

    O retorno às atividades leves ocorre em cerca de 5 a 7 dias, mas o paciente geralmente consegue desempenhar suas atividades habituais, inclusive dirigir, antes deste período. Exercícios de baixo impacto podem ser retomados após 4 semanas, enquanto atividades mais intensas e levantamento de peso devem esperar de 6 a 8 semanas, conforme orientação médica.


  • É possível corrigir a diástase apenas com exercícios?

    Em casos leves a moderados, exercícios específicos para fortalecimento do core podem ajudar a reduzir a diástase. No entanto, quando o afastamento muscular é severo ou está associado a hérnias, a correção cirúrgica é a única modalidade efetiva de tratamento.

  • A cirurgia robótica para diástase pode ser combinada com outros procedimentos?

    Sim, muitas vezes a correção da diástase é feita junto com a reparação de hérnias abdominais ou até mesmo procedimentos estéticos, como a abdominoplastia. O planejamento deve ser feito caso a caso, conforme a necessidade do paciente.


  • Existe chance da diástase voltar depois da cirurgia?

    Se o paciente não seguir corretamente as orientações pós-operatórias, como evitar esforços intensos no período de cicatrização e fortalecer a musculatura abdominal de forma adequada, há risco de recorrência, especialmente nos casos em que não foi utilizada tela de reforço.


  • A cirurgia altera a posição dos órgãos internos?

    Ao corrigir a diástase, a cirurgia ajuda a reposicionar a postura do paciente ao restabelecer a base do core abdominal e com isso a melhora de  sintomas como sensação de flacidez e até desconfortos intestinais. No entanto, o tratamento visa a correção da parede abdominal e pode ser realizado inclusive sem acessar a cavidade abdominal e ficando, portanto, longe dos demais órgãos.


  • Existe idade mínima ou máxima para fazer a cirurgia?

    Não há uma idade exata, mas a cirurgia é mais comum em adultos. O fator mais importante é a indicação clínica e as condições de saúde do paciente, mas favorece-se pacientes que já tenham completado o seu desenvolvimento corporal evitando assim pacientes mais jovens.




Cirurgia robótica para diástase abdominal em SP | Dr. Alexandre Bertoncini


A cirurgia robótica para diástase abdominal é uma opção inovadora e altamente eficaz para corrigir a separação dos músculos retos do abdômen. Com menor tempo de recuperação, menos dor e um resultado mais preciso, essa técnica vem ganhando cada vez mais espaço na medicina. Se você tem diástase e deseja saber se é candidato a esse tipo de procedimento,
procure um especialista para uma avaliação.


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Dr. Alexandre Bertoncini é coloproctologista e cirurgião do aparelho digestivo com toda sua formação, especialização e doutorado pela Faculdade de Medicina da USP, membro titular do Colégio Brasileiro de Cirurgia Digestiva e associado à Sociedade Brasileira de Coloproctologia.


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