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Como saber se estou com hérnia inguinal? Saiba tudo sobre a doença!

jul. 07, 2020

Hérnia é o nome dado às lesões que ocorrem quando um órgão se desloca para outra região devido a um defeito em uma estrutura do corpo. Um tipo de hérnia muito comum é a abdominal, que costuma ocorrer devido a problemas congênitos, enfraquecimento da musculatura do abdômen ou agentes externos, como acidentes.

Essas hérnias se apresentam como protuberâncias em regiões específicas do corpo. Na hérnia inguinal, o tema desse conteúdo, elas surgem na virilha, podendo ocorrer, inclusive, de forma bilateral, ou seja, nos lados direito e esquerdo ao mesmo tempo.

A hérnia inguinal acomete cerca de 5% da população mundial, sendo mais comum em homens e também em bebês – devido à fragilidade da parede abdominal.

Neste artigo, você vai saber tudo sobre hérnia inguinal, seus sintomas, causas, formas de diagnóstico e qual o tratamento mais adequado.

Boa leitura!

O que é hérnia inguinal?

A hérnia inguinal ocorre quando alguma estrutura de dentro do abdômen, geralmente as alças intestinais ou gorduras abdominais naturais que todos nós temos, sai através do canal inguinal – região natural do corpo que pode ser mais alargada em algumas pessoas.

Após esse deslocamento anormal, essa estrutura pode ficar presa dentro deste canal, fazendo surgir uma espécie de caroço perceptível na região da virilha ou até, em alguns casos mais avançados em homens, descer para dentro da bolsa escrotal aumentando o volume da região.

A hérnia inguinal é uma doença frequente. Pode estar relacionada a uma fraqueza na parede abdominal ou a uma má-formação de um canal que se desenvolve ainda durante a nossa formação na barriga das nossas mães. Esse canal pode permanecer aberto até atingir a fase adulta.

Quando isso ocorre em bebês, geralmente a recomendação é apenas a observação, pois é normal que, durante o crescimento, esse canal venha a se fechar. Entretanto, quando essa alteração é encontrada em adultos, costuma gerar maiores preocupações – sendo recomendado passar por uma cirurgia.

Essa hérnia ocorre com mais frequência do lado esquerdo. Quando ela surge no direito, pode muitas vezes ser encontrada também no esquerdo, a chamada hérnia inguinal bilateral.

Quais são os sintomas de hérnia inguinal?

O indício mais comum é o surgimento de um caroço na virilha que costuma ser imperceptível ou discreto nos estágios iniciais. Com o tempo, pode levar a ocorrência de dor ou mesmo desconforto na região, que passa a incomodar quando em contato com roupas íntimas, uma calça mais justa e principalmente ao fazer esforços físicos como atividades físicas ou carregar algum peso. O contrário também pode ocorrer, iniciando o quadro com sintomas de dor e desconforto na região, sem ainda o caroço na virilha ser perceptível, sendo o diagnóstico somente feito em uma consulta médica de avaliação.

Outros sintomas que podem ser observados são inchaço, que igualmente pode indicar a presença de infecção local, e uma queimação na virilha. Este último passa a ser notado quando a pessoa está em repouso ou realizando movimentos leves, como se sentar.

A hérnia inguinal também pode levar, em casos mais graves, a desconfortos abdominais, mal-estar, vômitos, alteração do hábito intestinal e redução do apetite. Isso é decorrente da passagem do conteúdo intestinal pelo local da hérnia que, ao ficar aprisionado, dificulta que os alimentos progridam dentro do intestino.

É importante ficar atento a esses sintomas e procurar ajuda médica porque a hérnia inguinal pode gerar consequências graves. Quando a parte do intestino que se desloca, pode ocasionar duas situações:

Obstrução intestinal, causando acumulação de alimentos e fezes dentro do intestino, gerando inchaço abdominal, náuseas, vômitos, dor abdominal intensa e até a morte em casos mais severos;
Estrangulamento intestinal, bloqueando chegada de sangue a esse intestino que ficou preso dentro do canal inguinal, o transporte de oxigênio para as células diminui, podendo fazer com que o órgão sofra um infarto e acabe se rompendo, também aumentado o risco inclusive de óbito.

Devido a esses riscos é que os médicos costumam recomendar a cirurgia assim que o problema é diagnosticado e especialmente quando os sintomas já estão presentes.

Quais são as causas da hérnia inguinal?

O problema, geralmente, é causado por 4 fatores principais:

Aumento da pressão abdominal - por exemplo: obesidade, gestação, problemas pulmonares crônicos, aumento benigno da próstata, entre outros;
Envelhecimento;
Enfraquecimento natural do tecido da região inguinal;
Esforço abdominal excessivo.

Todas essas condições favorecem o alargamento do canal inguinal, gerando uma região de vulnerabilidade propícia para a passagem de parte do intestino.

Dentre os fatores de risco mais importantes, destacam-se o próprio envelhecimento, a obesidade e a prática irregular de exercícios físicos ou com uso excessivo de peso.

É importante reiterar que, no que tange aos exercícios, eles não causam a hérnia propriamente dita. Mas sim, elevam as chances dela ocorrer.

Como é feito o diagnóstico de uma hérnia inguinal?

Na maioria dos casos, é possível realizar o diagnóstico através de um exame físico durante a consulta médica. Geralmente, o paciente fica de pé e é estimulado a tossir ou fazer força com o abdome. Esse ato faz com que haja a protrusão da hérnia, facilitando a detecção do problema. O mesmo exame é repetido com o paciente deitado e sempre os dois lados devem ser avaliados para descartar a hérnia inguinal bilateral, mesmo antes de surgirem os primeiros sintomas.

Caso a pessoa esteja com sintomas que são comuns em outras doenças, podem ser solicitados alguns exames de imagem, como ultrassonografia ou tomografia computadorizada, para um diagnóstico diferencial mais preciso.

Quais as formas de tratamento?

A única maneira de tratar a hérnia inguinal é através da cirurgia. Isso porque trata-se de um defeito estrutural que precisa ser corrigido para evitar complicações mais graves – especialmente quando é o intestino que fica estrangulado.

O procedimento pode ser realizado de 2 formas principais:

Cirurgia convencional: o cirurgião faz uma incisão de cerca de 7 centímetros sobre a região afetada e empurra o intestino de volta para a cavidade abdominal. Em seguida, corrige o defeito e implanta uma espécie de tela de reforço, para diminuir as chances do problema retornar;
Laparoscopia: opção minimamente invasiva. São realizadas três pequenas incisões na parede abdominal, pelas quais são inseridos pequenos instrumentos cirúrgicos que realizam o ajuste na região afetada, sem a necessidade de incisões no abdome. Neste caso, também é introduzido a tela de reforço.

As vantagens da laparoscopia em relação à cirurgia tradicional são diversas. Uma delas diz respeito à questão estética, tendo em vista que, como são feitos apenas pequenos orifícios, a cicatriz é imperceptível.

A laparoscopia também promove uma recuperação mais curta e acelerada, com o paciente sentindo menos dor no pós-operatório. Com isso, permite que saia mais cedo do hospital, bem como retornar às suas atividades de forma precoce.

Outro diferencial é que, como há menos incisões, os riscos de sangramentos e infecções são menores.

Outro avanço significativo na realização dos procedimentos diz respeito às técnicas utilizadas. A conhecida como Lichtenstein (que é a técnica de colocação da tela de reforço na região inguinal) diminui a taxa recidiva de 30% para 3%, ou seja, ela torna praticamente nulas as chances da hérnia inguinal retornar.

A robótica também surge como importante facilitadora para essa cirurgia. O procedimento cirúrgico é o mesmo da laparoscopia tradicional, mas utilizamos o robô para manejar as pinças cirúrgicas, controladas pelo cirurgião.

A posição da equipe durante a cirurgia é mais confortável, levando a menor cansaço e melhor julgamento das decisões cirúrgicas; maior precisão e delicadeza nos movimentos; movimentos das pinças iguais aos do punho humano; melhor visualização das estruturas pela visão 3D que o robô oferece e com os mesmos furinhos já feitos na cirurgia por laparoscopia. Isso é especialmente útil quando a cirurgia precisa ser realizada dos dois lados nas hérnia inguinais bilaterais.

A escolha do procedimento mais adequado, porém, deve ser realizada unicamente por um especialista, após análise individualizada.

Procure ajuda médica em caso de suspeita de hérnia inguinal

Segundo dados do Ministério da Saúde, de 3% a 8% dos brasileiros possui algum tipo de hérnia abdominal. A hérnia inguinal corresponde a 80% dos registros da doença – demonstrando a sua alta taxa de incidência.

Apesar de não gerar sintomas muito intensos, a hérnia inguinal pode causar sérios danos à saúde se não for tratada adequadamente e no momento correto. Isso porque pode estrangular órgãos internos, prejudicando no seu funcionamento e causando inclusive risco de vida para os pacientes que desenvolvem suas complicações.

A cirurgia de urgência sempre deve ser evitada, realizando o tratamento do problema antes de ocorrerem as complicações. Isso porque as cirurgias de urgências sempre são mais arriscadas e com recuperação mais lenta que as cirurgias programadas, chamadas de cirurgias eletivas.

Logo, é essencial procurar ajuda médica e realizar o tratamento adequado para evitar as complicações e, principalmente, garantir a sua qualidade de vida.

Ficou com alguma dúvida ou deseja agendar uma avaliação? Entre em contato comigo agora mesmo. Continue na Central Educativa para mais conteúdos relacionados ao aparelho digestivo!

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