Mitos e verdades sobre o câncer colorretal
27 de janeiro de 2021

O câncer colorretal é um tipo de tumor que atinge as partes finais dos intestinos, chamadas de cólon (habitualmente chamado de intestino grosso) e reto (o nome dado à porção final do intestino grosso). Trata-se de um dos cânceres mais comuns em homens e mulheres.


Contudo, existem muitos mitos e preconceitos em relação à doença que acabam gerando desinformação. Por esse motivo, os cuidados com prevenção e tratamento muitas vezes não são feitos corretamente.



Pensando nisso, vamos explicar, neste artigo, alguns mitos e verdades sobre o câncer colorretal para que você possa esclarecer suas dúvidas. Confira a seguir!

Câncer colorretal: mitos e verdades

O câncer colorretal não tem cura – MITO

As chances de cura do câncer colorretal estão relacionadas ao estadiamento da doença, isto é, o estado de progressão que ela já apresenta no organismo no momento do diagnóstico. Quando diagnosticado precocemente e ainda não houver metástase, o câncer é curável.


O que acontece é que muitas pessoas não fazem os exames de rastreamento e apenas buscam tratamento quando já apresentam sintomas, como sangramento, alteração nas fezes ou no hábito intestinal e dor abdominal.


Contudo, os sintomas tendem a aparecer quando a doença já está em estágios mais avançados e, por isso, o tratamento e a cura podem ser menos efetivos.

Alimentação é o único fator de risco para o desenvolvimento de câncer colorretal – MITO

De fato, uma alimentação pobre em fibras, com excesso de carne vermelha e altamente calórica pode contribuir para o desenvolvimento do câncer colorretal.


Mas existem outros fatores que podem aumentar o risco da doença, como obesidade, tabagismo, presença de pólipos, histórico familiar ou pessoal de câncer, síndromes genéticas e doenças inflamatórias do intestino como retocolite ulcerativa e doença de Crohn.

O câncer colorretal não pode ser prevenido – MITO

Existem, sim, maneiras de prevenção do câncer colorretal. Uma delas está relacionada a hábitos saudáveis, visto que dietas pobres em gorduras e ricas em fibras podem ajudar na proteção contra a doença. E evitar cigarro também é benéfico, pois fumantes têm maiores chances de desenvolver o câncer colorretal.


Além disso, os exames de rastreamento, principalmente para pacientes que apresentam fatores de risco, são essenciais para detectar pólipos precocemente.



A colonoscopia, por exemplo, além de ser um exame diagnóstico, é também uma forma de prevenção, visto que ele detecta a presença de pólipos benignos no intestino grosso e os mesmos já podem ser retirados no mesmo momento, antes que se transformem em câncer.

O câncer colorretal é mais frequente em homens – MITO

O câncer colorretal pode atingir tanto homens quanto mulheres. Além disso, as taxas em cada sexo são bastante semelhantes.

Segundo as estatísticas do INCA (Instituto Nacional do Câncer), há uma estimativa de 40.990 novos casos, sendo 20.520 em homens e 20.470 em mulheres. Em ambos os casos, já é a segunda principal causa de cânceres entre homens e mulheres no Brasil.

A idade está entre os fatores de risco – VERDADE

De fato, idade acima de 50 anos é considerada um fator de risco. A maior parte dos casos de câncer colorretal ocorre acima desta faixa etária.


Contudo, vale lembrar que a doença pode acometer pessoas de qualquer idade, principalmente se o paciente apresentar outros fatores de risco, como histórico familiar ou pessoal de câncer, síndromes genéticas, doenças inflamatórias do intestino grosso, entre outros.


Por isso, em casos de grupos de risco ou presença de sintomas, é sempre importante consultar um médico especializado para avaliar a necessidade de rastreamento ou diagnóstico mais precoce, independentemente da idade. 


De forma mais recente, temos orientado iniciar os exames de rastreamento e prevenção já a partir dos 45 anos, na tentativa de diagnosticar a doença ainda mais precocemente nesses pacientes com fatores de risco genéticos, uma vez que frequentemente  nem sequer sabem que possuem essas alterações.

Nem todo pólipo é maligno – VERDADE

É verdade que a presença de pólipos é um dos grandes fatores de risco para o câncer colorretal. Além disso, os pólipos mais comumente encontrados no exame de colonoscopia são os adenomas, os quais irão se transformar em câncer depois de cerca de 10 anos do seu aparecimento se não forem removidos.


Contudo, nem todos têm potencial de malignidade. Cerca de 30% dos pólipos são benignos e não viram câncer.



Agora você já conhece alguns dos principais mitos e verdades sobre o câncer colorretal. Mas lembre-se de que é sempre importante consultar um médico especialista para esclarecer todas as suas dúvidas. E, para mais informações, não deixe de conferir a nossa  Central Educativa!

Artigo escrito por

Dr. Alexandre Bertoncini

Cirurgia do Aparelho Digestivo e Coloproctologia


O Dr. Alexandre Bertoncini é cirurgião do aparelho digestivo e coloproctologista formado pela Faculdade de Medicina da USP, membro titular do Colégio Brasileiro de Cirurgia Digestiva e associado à Sociedade Brasileira de Coloproctologia. Possui Doutorado pela Faculdade de Medicina da USP e é pesquisador com foco em oncologia e endometriose intestinal. 

Agende uma consulta

Confira mais artigos

Por Dr. Alexandre Bertoncini 13 de outubro de 2025
Entenda os pólipos do intestino grosso: sintomas, tipos comuns, riscos associados e frequência de exames de colonoscopia.
Por Dr. Alexandre Bertoncini 11 de setembro de 2025
Descubra se a cirurgia robótica é necessária para tratar a endometriose intestinal, analisando benefícios e evidências científicas.
reconstrução do intestino
Por Alexandre Bertoncini 31 de julho de 2025
A reconstrução do intestino é um procedimento cirúrgico essencial para restaurar a função intestinal após ressecções. Saiba como é feita e quando é necessária.