O que é a Endometriose Intestinal?
2 de dezembro de 2019
Um mal que atinge cerca de 10% das mulheres até os 40 anos de idade, a endometriose intestinal é desconhecida de muitas pessoas e pode causar problemas para quem a desenvolve.
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É fundamental saber mais sobre a doença, pois, mesmo não havendo uma maneira definitiva de prevenção, algumas mulheres estão mais propensas a desenvolver a doença.
O tratamento mais comum é clínico. Cerca de 5 a 10% das pacientes, principalmente aquelas com endometriose classificada como profunda, aquelas com doença envolvendo alguma parte do intestino ou aquelas com dificuldades em engravidar irão precisar de cirurgia. Atualmente o tratamento cirúrgico evoluiu bastante por laparoscopia e robótica e a recuperação costuma ser muito acelerada e com pouco desconforto para as pacientes. Porém, as chances de os sintomas retornarem podem chegar a 25%, sempre mais suaves que antes do tratamento e raramente demandam novas cirurgias. E a volta dos sintomas nesses casos nem sempre significa volta da doença, o que costuma ocorrer em 5 a 10% das pacientes operadas.
Como houve um aumento muito grande no número de casos, essa é uma doença muito estudada na atualidade. Na verdade, o que se acredita é que não foi o número de pacientes que aumentou e sim que houve um aumento no diagnóstico dado por melhor entendimento da doença e melhora na qualidade dos exames diagnósticos. Seu aparecimento está diretamente relacionado à ação do estrogênio, produzido pelo ovário principalmente durante a menstruação e que dá à mulher as características de seu gênero.
Porém, com as menstruações se iniciando em meninas cada vez mais jovens, com a diminuição do número de filhos e a gravidez cada vez mais tardia, bem como o aumento do estresse, acarreta o estímulo do estrogênio por mais tempo, favorecendo o aparecimento da doença.
Algumas mulheres podem ter mais predisposição para desenvolver o mal por questões genéticas e alterações no sistema imunológico. Isso ainda está sendo estudado pelos médicos.
Portanto, a principal maneira de evitar a doença é preveni-la dentro do possível, e um dos instrumentos para isso é a informação.
Por isso, a partir de agora, você vai saber tudo sobre endometriose intestinal: o que é, sintomas, diagnóstico, tratamento, complicações e, claro, como prevenir.
O que é endometriose intestinal?
É caracterizada pela presença de endométrio ao redor das paredes do intestino.
Para se ter uma ideia, esse é um tecido normalmente encontrado na parede interna do útero e é o primeiro local onde o embrião permanece, logo após a sua fecundação. Sua espessura varia bastante ao longo do ciclo menstrual.
O tecido fica mais grosso para receber um embrião. Quando não há a fecundação, ele é expelido através da menstruação. Em algumas situações, o sangue se direciona para dentro da cavidade abdominal ao invés de para fora como menstruação, podendo então gerar a endometriose quando fica alojada nesses novos locais. Isso ocorre naturalmente em cerca de 80% das mulheres sem que todas desenvolvam endometriose. Essa endometriose pode por sua vez se localizar em diversos órgãos abdominais, geralmente o intestino.
A presença de endométrio em local inapropriado causa inúmeros incômodos para a mulher. Primeiramente, as funções do intestino são afetadas.
A paciente sente uma dor intensa no abdômen, especialmente um pouco antes da menstruação e quando há alguma mudança na rotina do órgão, como em casos de dieta.
Porém, em alguns casos, não há sintomas. A doença chega silenciosamente, mas, quando é identificada, é mais fácil de ser tratada nessas condições. Lembrando que, independentemente de haver sinais ou não, em boa parte dos casos a cirurgia é necessária quando ela invade o intestino.
Sintomas
Um dos sintomas foi mencionado no tópico anterior: uma dor muito forte na região do abdômen. A paciente também sente bastante incômodo ao evacuar e pode ocorrer um sangramento no intestino durante o período menstrual.
Esses são os principais sintomas da endometriose intestinal. Dependendo do caso, outros sinais podem ser percebidos, tais como:
- Diarreia durante a menstruação;
- Constipação durante a menstruação;
- Dor na região pélvica contínua;
- Incômodos durante relações sexuais, com dores constantes. Esse sintoma é chamado de dispareunia;
- Cólicas menstruais mais fortes do que o habitual (dismenorreia). O sangramento pode ser muito intenso;
- Sangramento pelo ânus e presença de sangue nas fezes;
- Dor ao urinar;
- Aumento da frequência das micções.
Um dos principais sinais, que realmente faz com que a mulher visite o médico e descubra a doença, é a infertilidade. Isso ocorre porque as tubas uterinas são obstruídas pela própria endometriose intestinal ou suas aderências.
Além disso, a pelve fica muito inflamada, dificultando a permanência do embrião no útero. Nesses casos, a melhor intervenção é mesmo a cirurgia.
Diagnóstico
Uma vez percebidos os sintomas, mesmo sem ter ideia clara do que seja, o caminho natural é ir ao médico. Uma primeira análise, por meio de um exame ginecológico, pode não acusar a doença.
Por isso, é importante a realização de exames de imagem. Os mais comuns são a ultrassonografia transvaginal com preparo intestinal e a ressonância magnética da pelve.
Também é levado em consideração o histórico clínico da mulher.
Se ainda for necessário, até mesmo por mostrar resultados mais precisos, pode ser feito um exame anatomopatológico da lesão ou uma biópsia — com videolaparoscopia, mas geralmente hoje em dia raramente é indicado.
Com esse diagnóstico, também é acusado o nível da lesão, bem como a necessidade ou não de cirurgia.
Alguns fatores que contribuem para isso são a porcentagem da área do intestino (mais especificamente a circunferência) afetada pela doença, a profundidade alcançada, local acometido, os sintomas associados, o alívio dos sintomas com os tratamentos clínicos e o desejo da paciente em engravidar ou não.
Tratamento
Como já mencionado,
a cirurgia
é um caminho para combater a endometriose intestinal. No entanto, esse recurso é utilizado com mais frequência quando a doença já está em um estágio avançado e precisa ser vencida o mais depressa possível.
Na maior parte das vezes, esse é o melhor tratamento de endometriose intestinal, pois a chegada ao órgão já denuncia um avanço considerável da doença.
A cirurgia costuma ser muito trabalhosa e longa pois o procedimento geralmente envolve retirar diversos pequenos focos espalhados pela pelve da mulher, o que demanda tempo e atenção. O procedimento mais usado é a videolaparoscopia, na qual, com pequenas incisões no abdômen, é possível verificar onde a endometriose intestinal está afetando, com a possibilidade de fazer as alterações necessárias para combater a doença.
Para remover essa camada de endométrio, normalmente são usados os seguintes métodos:
- Raspagem (shaving, em inglês): esse recurso é comum em lesões que ainda não tenham invadido de fato a musculatura do intestino, ou apenas de forma superficial.
- Disco ou discoide: é mais específico para problemas profundos, mas que não ocupam uma área tão extensa do intestino. Nesse procedimento, apenas a área prejudicada é retirada e geralmente utilizadas para lesões no reto.
- Ressecção segmentar: mais usado quando a lesão já atinge dimensões maiores ou mais de um segmento.
No passado, já foi um tratamento habitual a remoção do útero (histerectomia) para evitar que a doença pudesse voltar. No entanto, muito já se avançou no conhecimento da evolução da doença e isso não é mais realizado com essa finalidade.
Complicações
Como mencionado, os procedimentos cirúrgicos são bem eficazes. A recuperação é rápida, mesmo porque as pacientes que passam pelas operações são jovens e geralmente saudáveis. Isso ainda é mais acentuado quando o recurso escolhido é a laparoscopia ou robótica.
Entretanto, seja qual for o tipo de cirurgia, uma boa recuperação e a cura não garantem o fim definitivo da endometriose intestinal. Mesmo com todos os prognósticos positivos, a doença pode retornar.
Para evitar contratempos futuros, o ideal é fazer exames regularmente. Isso pode identificar o quanto antes um possível retorno da enfermidade.
É possível engravidar após a cirurgia, mas isso deve ser discutido previamente com o médico. Se a mulher ainda apresentar algum sinal de infertilidade, pode ser realizado um tratamento, cujo início pode ser em pouco tempo após a cura cirúrgica da endometriose intestinal.
Prevenção
Mesmo com possíveis complicações, riscos de retorno da doença e potenciais riscos de retirada dos ovários — ratificando, isso é feito apenas em casos pontuais —, a endometriose intestinal é uma doença benigna.
Como ainda não se chegou à conclusão em relação às causas desse mal, as formas de prevenção não são tão objetivas. Entretanto, observando o histórico de cada mulher, é possível traçar alguns fatores de risco e, com isso, intensificar as visitas ao médico.
Alguns estudos vêm sendo realizados para comprovar se uso de determinados medicamentos ou drogas ocasionam o aparecimento da endometriose intestinal. Além disso, fatores como volume e frequência de fluxo menstrual estão sendo verificados, pois pode haver uma relação entre esses itens e a doença.
Ainda há uma certa polêmica em relação ao uso de pílula anticoncepcional e o combate ou não à enfermidade. Enquanto alguns pesquisadores acreditam que seu uso constante aumenta as chances de se desenvolver a endometriose intestinal, outros não veem dessa forma. O consenso atual aponta para a direção de que as pílulas combinadas com progesterona desempenham um papel de proteção.
Diante de tantas dúvidas, um aspecto é certo: mulheres com parentes próximas que já desenvolveram a doença têm mais risco de tê-la — isso pode chegar a seis vezes mais.
Ainda não se chegou à conclusão se uma determinada etnia ou fatores ambientais estão diretamente relacionadas ao mal.
Quanto ao grupo de risco da endometriose intestinal, pode-se afirmar que, além de mulheres que têm casos da doença na família, têm mais chances de desenvolver a doença as pacientes que:
- Nunca engravidaram;
- Têm obesidade;
- Passam por situações constantes e rotineiras de estresse;
- Consomem alimentos com agrotóxicos e hormônios;
- Fazem exposição permanente à poluição do ar.
Um aliado para regularizar as funções menstruais é a pílula anticoncepcional. Ela pode ser usada principalmente para mulheres que estão no grupo de risco apresentado acima.
No entanto, é preciso estar claro que o medicamento não é uma tentativa de curar a doença. Ele é útil para estabilizar as lesões.
Evidentemente, assim como em qualquer tratamento medicamentoso, a orientação e supervisão médica são fundamentais.
Cada mulher tem suas particularidades, e a melhor maneira de prevenção — neste caso, qual o anticoncepcional a ser usado —, deve ser definida por um profissional – um ginecologista no caso.
Uma alternativa também para o grupo de risco é visitar o médico constantemente, fazendo os exames necessários para identificar qualquer anormalidade.
Lembrando que quanto mais cedo algo for diagnosticado, melhor é o tratamento, que será menos danoso para a paciente.
Para evitar reincidência, o que também é uma forma de prevenção, é possível bloquear a menstruação.
Apesar de causar uma certa aflição em algumas pacientes, não há problemas. Após alguns meses sem menstruar, pode ocorrer um pequeno sangramento, o que é normal e em hipótese alguma pode ser confundido com o retorno da endometriose intestinal.
O estilo de vida de algumas pessoas não permite que se evite o estresse a qualquer custo, mas o psicológico da mulher deve estar preparado. Pequenos contratempos do dia a dia não podem desencadear uma irritação aguda.
É necessário manter a calma e não deixar que o estresse tome conta do humor e do organismo da paciente.
Adotar alguns hábitos que trazem bem-estar podem ajudar a combater o estresse. Praticar alguma atividade física ou desenvolver um hobby podem ser grandes aliados para se levar um estilo de vida menos irritadiço e, consequentemente, com menos chances de a endometriose intestinal aparecer.
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