Desmistificando as cirurgias do aparelho digestivo
2 de dezembro de 2019

No entanto, transtornos acabam comprometendo essa função. E é justamente esse o momento em que uma intervenção cirúrgica poderá ser necessária.

As cirurgias do aparelho digestivo têm como objetivo devolver a esse sistema a sua capacidade natural, que é a de receber e processar toda alimentação ingerida e transformá-la em energia capaz de permitir os mais diversos processos químicos, físico e biológicos, referentes ao crescimento, reprodução, circulação sanguínea, funções cerebrais, entre vários outros.

Por meio de uma série de órgãos do aparelho digestivo e excretor, como os da deglutição, estômago, fígado, pâncreas, intestino, ânus etc; o organismo deve realizar os seus processos digestivos de forma harmônica e equilibrada.

No entanto, transtornos como: úlceras gástricas, inflamação da vesícula biliar, diverticulite, hemorroidas, tumores digestivos, entre outros, acabam comprometendo essa função. E é justamente esse o momento em que uma intervenção cirúrgica poderá ser necessária.

Principais mitos sobre as cirurgias do aparelho digestivo

1. Posso desenvolver câncer com a cirurgia?

Esse é um dos mitos que cercam esse tipo de procedimento. As causas disso são as impressões deixadas por alguns relatos de erros médicos, ou mesmo a forma quase artesanal com que eram realizadas no passado.

Na verdade, nunca houve esse risco e, graças aos avanços da medicina, elas são hoje bem menos invasivas e dolorosas, com recuperação cada vez mais rápida.

2. Existem riscos?

Como todo o procedimento cirúrgico, elas também possuem os seus riscos. No entanto, esses riscos são reduzidos a quase zero quando todos os protocolos necessários são seguidos.

Como, por exemplo, realizá-las com profissionais reconhecidos, certificar-se do controle pré-operatório das doenças que o paciente possa apresentar como desnutrição, diabetes, pressão alta, observação do correto pós-operatório, entre outros cuidados.

3. Não vou poder mais me alimentar como antes?

Somente em cirurgias mais graves sobre o esôfago ou estômago é que há a necessidade de uma alimentação por sonda (enteral) ou por estomia. Na maioria dos casos, a reintrodução da alimentação deve seguir a recomendação médica, começando por uma alimentação à base de líquidos e caldos, até que ela possa ser normalizada e, na grande maioria das vezes, o paciente já retorna ao seu lar com uma dieta normal.

4. É uma cirurgia dolorosa?

Atualmente, graças aos avanços da medicina nesse segmento, existem técnicas como a “laparoscopia” – uma cirurgia bem menos invasiva, na qual instrumentos cirúrgicos como: pinças, grampeadores, tesouras etc., são introduzidos por meio de pequenos furos (entre quatro e seis) quase imperceptíveis.

5. É indicada para perda de peso?

A cirurgia do aparelho digestivo indicada para o controle do peso corporal é a chamada “cirurgia bariátrica”. Entre as mais modernas está a “gastroplastia vertical”, que consiste em reduzir o tamanho total do estômago sem alterações do intestino, com o objetivo de limitar o espaço para os alimentos e, como consequência, levar a uma sensação de saciedade, além de alterar processos relacionados à absorção dos nutrientes pelo intestino.

6. Existem alternativas para as cirurgias?

São inúmeros os transtornos que podem acometer o aparelho digestivo dos humanos. Eles podem ser simples, como as gastrites e prisão de ventre, ou mais graves, como os tumores, hérnias, diverticulite crônica, entre outros, que, nesses últimos casos, exigem a cirurgia.

Portanto, somente um profissional será capaz de avaliar cada caso, e determinar se medicamentos ou chás podem ser o suficiente para o tratamento.

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Artigo escrito por

Dr. Alexandre Bertoncini

Cirurgia do Aparelho Digestivo e Coloproctologia


O Dr. Alexandre Bertoncini é cirurgião do aparelho digestivo e coloproctologista formado pela Faculdade de Medicina da USP, membro titular do Colégio Brasileiro de Cirurgia Digestiva e associado à Sociedade Brasileira de Coloproctologia. Possui Doutorado pela Faculdade de Medicina da USP e é pesquisador com foco em oncologia e endometriose intestinal. 

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